Cirurgia de cólon e reto: indicações mais comuns além do câncer

Embora o câncer colorretal seja uma das principais razões para intervenções cirúrgicas no cólon e no reto, há outras razões que motivam essas cirurgias. Muitas delas, inclusive, têm impacto significativo na qualidade de vida e trazem, assim como o câncer, riscos de complicações graves se não tratadas a tempo.

Conheça outras indicações para cirurgias no cólon e no reto além do câncer de intestino:

Cirurgia no intestino: possíveis causas além do câncer

O câncer colorretal – ou seja, câncer de intestino – não é a única doença que pode motivar cirurgias no cólon e no reto. Outras doenças também podem causar complicações que requerem procedimentos cirúrgicos para que se resolvam – e, entre elas, é possível citar:

Doença diverticular

Quando ocorre a projeção da mucosa intestinal através da parede do cólon, formam-se pequenas bolsas (ou divertículos), originando assim a doença diverticular ou diverticulose. Nessas bolsas, podem ocorrer complicações, como a inflamação – quadro chamado de diverticulite aguda – ou sangramento, com o aparecimento de sangue nas fezes.

Quando ocorrem quadros de inflamações recorrentes, complicações geradas pela inflamação – como perfurações, abcessos ou fístulas – ou sangramentos recorrentes, a ressecção – ou seja, remoção cirúrgica do segmento afetado – é indicada.

Doenças inflamatórias intestinais

Esse é um termo que engloba doenças crônicas que geram inflamações recorrentes no trato gastrointestinal, sendo as mais comuns a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. Elas apresentam tratamento não operatório, com medicamentos orais ou infusões intravenosas, porém quando surgem complicações como estenoses (estreitamentos), fístulas, perfurações, hemorragias graves ou mega-cólon tóxico, a cirurgia torna-se necessária.

Obstrução intestinal ou isquemia

A isquemia colónica é caracterizada por falta de circulação sanguínea em um segmento do cólon. Ela pode evoluir rapidamente para infarto intestinal e perfuração, tornando-se uma emergência cirúrgica.

Já obstruções intestinais, que podem ocorrer por diversas razões, também podem levar à indicação de uma cirurgia. Nela, pode ser indicado inclusive remover uma porção do intestino.

Síndromes hereditárias e pólipos

A polipose adenomatosa familiar (PAF) é uma síndrome genética que leva à formação de incontáveis pólipos no cólon e no reto. Estes pólipos apresentam um risco elevadíssimo para o desenvolvimento do câncer colorretal, e por isso, é necessário realizar uma colectomia total profilática ou proctocolectomia, para evitar o desenvolvimento de tumores.

Porém, a presença de pólipos intestinais também ocorre sem o diagnóstico dessa síndrome. Nestes casos, os pólipos costumam ser benignos, mas também precisam ser retirados. Na maioria das vezes essa retirada ocorre durante a própria colonoscopia que diagnosticou o pólipo.

Estreitamentos e incontinência

Estenoses do cólon e reto (ou seja, estreitamento intestinal e retal), podem ser causadas por doenças inflamatórias ou por cicatrizes de procedimento ou cirurgias prévias. Isso, por sua vez, pode dificultar a passagem das fezes na evacuação e gerar a necessidade de cirurgias para evitar obstruções.

Já em quadros de incontinência fecal que não respondem ao tratamento não operatório, uma série de cirurgias pode ser cogitada, incluindo esfincteroplastia, implantação de esfíncter artificial, entre outros procedimentos.

Prolapso retal

Há situações em que o reto pode “sair para fora”, através do ânus. Isso é o que se chama de prolapso retal, condição que causa desconforto, dor, sangramento, dificuldade de evacuar e de fazer a higiene do local. Nesses casos, a cirurgia de retopexia, com ou sem ressecção intestinal, pode ser necessária para reposicionar e fixar o órgão.

Sinais de que uma condição intestinal requer cirurgia

Os sinais e sintomas apresentados por uma pessoa, levam o cirurgião do aparelho digestivo a elaborar uma hipótese diagnóstica, confirmá-la com os exames complementares adequados e indicar o melhor tratamento, seja com a necessidade ou não de um procedimento invasivo.

Os sintomas abaixo, apesar de não serem específicos de uma doença, podem indicar um problema intestinal que pode necessitar de uma cirurgia para ser tratado:

  • Dor abdominal recorrente;
  • Sangramento retal persistente ou em grande volume;
  • Alteração marcante do hábito intestinal, como constipação repentina e diarreia, que não responde a tratamentos;
  • Incontinência fecal;
  • Sintomas sistêmicos como anemia e perda de peso sem explicação;
  • Sintomas de obstrução intestinal (distensão, vômitos, incapacidade de eliminar gases ou fezes).

Cirurgias no intestino: técnicas e mais características

Como vimos, existem diversas doenças que podem levar a uma indicação para cirurgia intestinal, portanto, não existe apenas uma via cirúrgica ou técnica que possa ser utilizada. Elas são individualizadas de acordo com o paciente, a causa e o segmento intestinal a ser tratado. Ainda assim, todas são complexas, realizadas em ambiente hospitalar, sob anestesia geral e com uma equipe multidisciplinar à disposição.

Podemos extrair o cólon ou o reto de forma parcial (hemicolectomia direita, hemicolectomia esquerda, retossigmoidectomia), subtotal (colectomia total) ou total (proctocolectomia). Após esse procedimento, o cirurgião do aparelho digestivo conecta as extremidades restantes (anastomose) ou realiza uma ostomia, “saída” direta do intestino pela barriga que pode ser temporária ou definitiva.

Essas cirurgias podem ser feitas das seguintes formas:

  • Cirurgia aberta: forma tradicional, com incisão abdominal maior;
  • Videolaparoscopia ou cirurgia robótica: com pequenas incisões, menos dor e recuperação mais rápida.

Ao realizar uma cirurgia no intestino, o paciente pode passar um período de cinco a sete dias internado. Isso depende do tipo de procedimento realizado e do estado clínico geral do paciente. Nesse período, ele recebe analgesia e outros medicamentos para controle de riscos, que envolvem vazamentos, infecções, sangramento, trombose, lesões e alterações no trânsito intestinal.

Caso tenha recebido um dos diagnósticos acima e precise conversar sobre os planos terapêuticos, entre em contato e agende uma consulta.

Mais sobre cirurgia de cólon e reto

A recuperação após uma cirurgia do reto, especialmente quando há ressecção (remoção de um segmento do intestino), varia de quatro a oito semanas após a realização do procedimento para retorno às atividades normais. A internação pode durar de cinco a sete dias, com possibilidade de durar mais ou menos, dependendo do procedimento e do estado do paciente.

Em casos que envolvem ostomia, o paciente passa por um período de aprendizado para manejo da mesma, e a adaptação total pode levar alguns meses.

Se o reto é removido, o cirurgião do aparelho digestivo pode reconectar as extremidades restantes (quando ainda há tecido para isso) ou criar uma ostomia. A ostomia é a exteriorização do intestino (seja do intestino delgado – ileostomia, ou do intestino grosso – colostomia), ou seja, uma nova saída para o intestino diretamente na parede abdominal.

Isso pode ser temporário ou permanente, e tudo depende da condição específica a ser tratada, bem como do estado do intestino.

Na colectomia, o cirurgião retira parte ou todo o cólon afetado, utilizando abordagem aberta ou minimamente invasiva. Após a retirada, as extremidades do intestino podem ser conectadas se houver tecido suficiente – ou o médico cria uma ostomia. A técnica depende da razão do procedimento e da condição geral do paciente.

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