GIST gástrico: o que é, sintomas e como é feita a cirurgia

O GIST é um tipo raro de câncer e que pode afetar qualquer órgão do trato gastrointestinal, sendo sua localização mais comum no estômago. Ele pode passar despercebido por muito tempo, uma vez que não costuma apresentar sintomas durante muito tempo. Na maioria das vezes, é diagnosticado em endoscopias de rotina.

A boa notícia é que apesar de ser pouco conhecido, ele tem tratamento eficaz quando diagnosticado precocemente. Entenda mais sobre esse tumor, quais os sintomas e como a cirurgia atua no tratamento.

O que é o GIST gástrico?

GIST é a sigla em inglês que significa Tumor Estromal Gastrointestinal. Histologicamente, ele se origina nas células intersticiais de Cajal, que estão presentes em todo o nosso trato gastrointestinal e são responsáveis pela sua mobilidade. Cerca de 60% dos GISTs ocorrem no estômago.

Embora, em sua maioria, o GIST apresente um comportamento benigno, ele é um tipo de câncer do sistema digestivo e pode ter alto potencial maligno e metastático. Seu comportamento depende do tamanho, da localização e da taxa de multiplicação celular.

Sintomas mais comuns

Na maioria dos casos, os GISTs são pequenos e não costumam apresentar sintomas. Aqueles que são de maior malignidade, tendem a crescer mais rapidamente e nesse momento aparecem alguns sintomas, os mais comuns são:

  • Dor ou desconforto na parte superior do abdome;
  • Sensação de estufamento precoce;
  • Sangramento digestivo (fezes escuras ou vômito com sangue);
  • Perda de peso sem causa aparente;
  • Anemia.

Como é feito o diagnóstico?

Diagnosticar o GIST (Tumor do Estroma Gastrointestinal) pode ser desafiador. Por ser raro e, muitas vezes, crescer de forma lenta e silenciosa, é comum que o paciente percorra uma longa jornada até a identificação correta.

Nos estágios iniciais, o GIST geralmente não causa sintomas. Quando aparecem, costumam ser inespecíficos — como dor abdominal, desconforto gástrico ou sangramentos — e podem ser confundidos com gastrite, úlcera ou outras doenças digestivas mais comuns.

Essa dificuldade no diagnóstico precoce preocupa, pois o GIST é maligno e, sem detecção rápida, pode atingir grandes dimensões e se espalhar. A disseminação pode ocorrer para órgãos próximos (como baço e pâncreas) ou à distância, sendo o fígado o local mais frequente de metástases, o que torna o tratamento mais complexo e o prognóstico mais delicado.

Por isso, manter acompanhamento com um cirurgião do aparelho digestivo é essencial, especialmente diante de sintomas persistentes ou exames inconclusivos.

Etapas comuns na jornada diagnóstica:

  • Endoscopia digestiva alta: identifica a lesão no estômago, geralmente arredondada e sem acometer a camada mucosa, apenas abaulando-a.
  • Ecoendoscopia: semelhante à endoscopia, mas com imagem mais detalhada, permitindo avaliar tamanho, profundidade, linfonodos e realizar biópsia.
  • Tomografia ou ressonância abdominal: determinam a extensão da lesão e investigam metástases.
  • Análise imunohistoquímica: exame laboratorial do material da biópsia para detectar marcadores específicos (como CD117 e DOG1), confirmando o diagnóstico.

Tratamento: quando operar?

Nem todo GIST precisa de intervenção imediata. A decisão entre cirurgia, quimioterapia oral ou acompanhamento depende de fatores como tamanho, localização, taxa de crescimento e presença de metástases.

Quando o tumor gástrico é menor que 2 cm, apresenta baixa taxa de divisão celular (avaliada na biópsia) e não compromete linfonodos nem órgãos à distância, o tratamento inicial é apenas acompanhamento regular com um especialista, geralmente por meio de endoscopias seriadas.

Já nos casos que fogem a esse perfil — tumores maiores, com crescimento acelerado ou risco de complicações — e que são considerados ressecáveis (podem ser removidos por completo) e não metastáticos, a cirurgia é o tratamento de escolha.

A preferência é por técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia ou cirurgia robótica, que oferecem recuperação mais rápida, menos dor e menor impacto no pós-operatório.

Após a remoção do tumor, o material é analisado para definir a necessidade de tratamento complementar com quimioterapia oral, reduzindo o risco de recidiva.

Em casos de tumores irressecáveis ou metastáticos, a estratégia inicial é o uso de quimioterapia oral. A droga mais utilizada nesses casos é o imatinibe, que atua diretamente nas células tumorais, controlando e reduzindo o tumor, para que ele possa ser retirado cirurgicamente.

A parceria entre o oncologista clínico e o cirurgião gástrico com experiência em cirurgia oncológica é essencial para o melhor resultado do tratamento. Contar com uma equipe experiente, que mantenha uma comunicação ativa e integrada entre os profissionais, faz toda a diferença. O cirurgião gástrico — também chamado de cirurgião do aparelho digestivo ou cirurgião de barriga — tem um papel central tanto na definição da estratégia terapêutica quanto no acompanhamento do paciente ao longo de todo o tratamento.

O essencial ao receber o diagnóstico ou desconfiar do GIST gástrico é entender que esse câncer tem tratamento eficaz, principalmente quando diagnosticado precocemente. Ao apresentar sintomas abdominais persistentes, entre em contato e agende uma consulta. Um atendimento especializado faz toda a diferença para garantir o melhor resultado possível.

FAQs – Perguntas frequentes

Sim. Apesar da maioria ser de baixo risco, o GIST é um tumor maligno e deve ser tratado com atenção.

Depende das características do tumor. Tamanho, localização, taxa de divisão celular, acometimento linfonodal e metástase são as características observadas para a definição de acompanhamento, cirurgia ou quimioterapia.

A ressecção cirúrgica completa é o principal tratamento curativo, especialmente em tumores localizados.

Sim. A via laparoscópica permite menos dor e retorno mais rápido às atividades.

Deixe um comentário

Todos os campos marcados com um asterisco (*) são obrigatórios.

PNG011 (1)
Não é normal conviver com dor abdominal – e nós sabemos disso!
Produzido e Administrado por OnLabel/2025. Todos os direitos reservados.